Quando me aproximei da praça daqui de Camaçari, cidade onde eu moro e nasci, vi um aglomerado de pessoas, curiosamente me aproximei, quando cheguei junto às outras pessoas que se faziam presentes, vi no meio do círculo um homem deficiente das pernas, próximo a uma cadeira de rodas; pensei: “deve tocar algum tipo de instrumento musical e as pessoas lhe dão alguma gratificação por isso”. Mas tinha uma coisa que não encaixava: a sua volta tinha muitos cocos, alguns descascados e outros com cascas. Logo, logo, aquele homem começou a responder as minhas indagações: começou a quebrar os cocos com os cotovelos, descascar com boca, e fazer acrobacias em sua cadeira de rodas; tudo de forma muito animada. Um espetáculo ao ar livre!
O nome dele é Eduardo. Já ouviu aquele dizer: “podia estar matando, roubando, mas estou pedindo”. Nada disso se aplica ao cidadão Eduardo, que mesmo com sua deficiência e certamente nascido na pobreza, não baixou a cabeça, foi a luta e aprendeu algo, que para mim é um trabalho. Eu paguei pela apresentação do artista, não por pena, mas sim por merecimento. Valorizei os seus esforços, que não eram normais! Imagine eu descascando cocos com a boca, furando os com o dedo ou fazendo acrobacias em uma cadeira! Esqueci de perguntar se ele gosta do que faz.
“O Eduardo é brasileiro e não desiste nunca” Ou seria melhor dizer: “o Eduardo é um dos Brasileiros que não desistiu”. Pois tem muitos que desistem, uns por desmotivação e outros por serem forçados a desistirem, devido a irresponsabilidade do sistema.
fala meu caro givanildo, e incrível o que este rapaz faz para ganhar o pão de cada dia, se eu não me engano eu ja vi ele no micareta de alagoinhas fazendo coreografia no meio da multidão em cima da cadeira de rodas, onde em troca davam gorjetas a ele.
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