quinta-feira, 27 de agosto de 2009

SEU ZÉ NO ÔNIBUS


Eu com meus 60 anos cheguei no ponto de ônibus, já estava lotado, aguardei a chegada do transporte. Se passaram cinco minutos e eu já estava impaciente, os stresses da vida vivida havia me deixado assim! Passado mais cinco minutos o ônibus encostou no ponto, já estava quase cheio, havia poucas poltronas. Tentei chegar logo na porta, mais uma multidão, em sua maioria formada por jovens, me atropelou e passou na minha frente. Assim que entrei no ônibus, ele saiu meio que bruscamente, senti minha coluna. Fui vagarosamente passando pelo corredor para achar um lugar que me acomodasse. Por onde passava as pessoas viravam o rosto, fingiam não me ver, para não ter que ceder o lugar para mim.
Achei um lugar e ali parei em pé, e comecei pensar na vida, de quando eu era jovem: acordava bem cedo para trabalhar, às vezes nem dormia à noite trabalhando, e! Parado ali só uns 10 minutos, já sentia sono. No passado pegava tanto peso e ali já não me agüentava nem com meu corpo, dançava tanto e naquele momento até o balanço do ônibus me incomodava. Quando eu era novo não sabia que ser velho era tão difícil assim. Fiquei em pé uma hora até chegar no meu destino.

“E o ônibus da vida foi passando, passando... até que um dia aqueles jovens que não se sensibilizaram com seu Zé, também ficaram todos velhinhos”.

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